Má raça

Neste breve piscar dá-se uma transmutação radical, como uma cambalhota dos sentidos ou uma brusca inseminação de memória desconhecida. Tudo começa num mero e anódino convite para o entrever de imagens presumidamente insólitas, mas nada nos prepara para a viagem que se nos depara. E mesmo que queiramos voltar atrás, mesmo que nos recusemos a avançar pela espiral que nos suga para diante, ainda que consigamos fugir, alarmados, ante o primeiro quadro/canção, já é demasiado tarde: estamos definitivamente contaminados. Bizarras formas simétricas (peixes? árvores? insectos?) pairam com a sua sombra nos interstícios da visão, a rotação das mamas a provocarem-nos tempestades nos pacíficos oceanos… […]
Como uma ressaca psicadélica embalada em jazz e cinema negro.
Adolfo Luxúria Canibal, no Posfácio

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