Foi Quase Um Prazer

Esta homenagem à vida e obra de João Paulo Cotrim revela também, no contexto português, a evolução de artes visuais como a ilustração, a banda desenhada e o desenho humorístico, em que JPC teve um papel determinante, entre os finais dos anos 80 e os anos 20 deste século. Com introdução de André Carrilho, todos os textos do livro são da autoria de João Paulo Cotrim e estão publicados em catálogos, jornais, revistas e redes sociais. São ensaios, comentários e recensões, que João Paulo Cotrim escreve ao longo de três décadas e meia, quase sempre relacionados com o seu percurso de editor e programador cultural. O livro começa nos anos 80, com as suas primeiras revistas, Lua Cheia e Lx Comics, refere a  passagem pelo jornal Combate, os seis anos de direção de programação da Bedeteca de Lisboa, a estreita colaboração com salões e festivais, como o Prémio Stuart e a Festa da Ilustração de Setúbal, o percurso da editora abysmo e, por fim, o monumental projeto Torpor, criado durante a pandemia. A centena e meia de textos que se reproduzem são acompanhados por ilustrações, cartoons, BDs, fotografias e grafismos de mais de uma centena de artistas, cúmplices nesta viagem. O Elucidário, no final da obra, revela o enquadramento histórico e factual de muitas das iniciativas de JPC e oferece listagens completas, essencialmente de edições e exposições. O livro fecha com uma desconhecida faceta de João Paulo Cotrim: as dezenas de colagens que realizou, provavelmente entre 2005 e 2010, confirmam-no também como um talentoso ilustrador.